sábado, 27 de dezembro de 2008

ESCREVER MORRE

Meio embriagado de todos os acontecimentos mudos dos últimos dias. Embriagado dessa experiência que é escrever para fora (para fora de mim, devo dizer). E ainda, perturbado pela mais recente promessa de livro (cujo título vem de uma amiga minha, Geisa Sabine, e ela nem sabe), veio - relâmpago - um poemazinho sobre esta atividade árida que é a escrita.
Porque escrever é um pouco como ser uma criança que morre precocemente.
Escrever é uma coisa cheia de promessas, que não se revela, que não acontece - uma criança que morre.
Enfim, escrever morre.
E lá vai o poema>>>

Escrever morre

Tem a palavra
E depois da palavra, o medo

Tem a verdade
E depois da verdade, o segredo

E tem o homem
E depois do homem, o menino
que morreu,
sem saber por que veio.

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