sábado, 14 de fevereiro de 2009

Arrependimentos brancos



Tenho pensado em flores, vivas e mortas.

E tenho pensado no caminho do sangue,

no meu corpo,

fora dele,

vivos e mortos, meu sangue e eu.

Tenho chorado pouco, sinal de que algo vai mal.

Alguma coisa está se acumulando e esperando a erupção: tragédia para quarta-feira de cinzas!

Essa semana e até lá, fico pensando: nas flores!

Flores sobre mim,

no meu enterro.

Daqui a pouco.

Daqui cem anos.

Quero flores brancas!

Da cor dos meus arrependimentos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um poema para a carência

Sabeis amigos, é importante: não é sempre que quero estar só.
Hoje, por exemplo, por uma tarde melancólica e densa de carência de não-sei-o-quê, veio, relâmpago, um poema (por falta de nome que o classifique) que traduz essa confissão.
Este vosso amigo está só e estará sempre, mas por momentos alguns, relâmpagos, desejaria entre os braços alguém que não existe e que ele não quer (ou não pode) conhecer.
O poema vai como veio, com as imperfeições dos arroubos, dos impulsos, e com a verdade (palavra temerária) de quem não corrige o texto para não correr o risco de dizer o que não sente. Ou para não correr o risco de sentir de novo o que escreveu.

Poema da carência (que passará)

Depois que o sol secar meu rosto,
Seu rosto,
Do mar que não tocamos,
Você, que não existe,
Eu que não quero existir,
Estaremos enfim, novamente
Resignados e sem medo de continuar.
Inconscientes um do outro,
Mas esperando...
A palavra.
O encontro.
A vontade de existir.
Eu em você.
Você em mim.

Antes de o mar molhar meu rosto,
Seu rosto,
Sem a garantia do sol protetor,
Você, que não me conhece,
Eu que não quero te conhecer
(porque sou estranho Adão)
Estaremos assim, plenamente,
Inconscientes um do outro,

Eufóricos e esperançosos.
Mas apenas
Esperando.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Passando aqui para me autopromover

Estranho Adão, vagante e divagante volta do paraíso para este blog.
Vem se autopromover. Olha só você que não me lê: visite o historiaspossiveis.wordpress.com .
É uma revista literária eletrônica que tem como editor o André de Leones, escritor vencedor do prêmio Sesc de Literatura de 2005 e que curtiu um conto meu !!! e o publicou!!!
Acreditem se quiser, agora sou mais que um falso escritor não publicado e não lido, sou um falso escritor PUBLICADO e não lido!
Quem quiser conhecer a história passe por lá e deixe um comentário (lá e aqui e onde mais quiser).
Um escritor é uma espécie inferior de mendigo, por isso o apelo.
Ah, depois venho aqui pra falar sobre a viagem a Ibotirama e minha nova pedra.
Saudades de mim aqui.