É sempre assim. fujo, tento me controlar, juro que vou ficar longe, porque é preciso, porque é uma questão de sanidade. Daí, cuido de me trair. Vou na prateleira ou vou na Vicente Miguel ou visito um chipanzé. E pronto. Aconteço aqui de novo. Pra morrer setenta vezes durante o resto da semana.
Segue o poema (qualquer dia invento um neologismo pra diminuir o peso da palavra).
NAO,./?
Não, eu não quero a paz.
Não quero o horário definido pro jantar. Não quero a janta pronta. Não quero jantar.
Não quero conhecer a rua. Nem as pessoas da rua.
Não quero dormir às 22 e acordar às 7.
Não quero água quente, elevador, prateleiras para os livros.
Roupa lavada, passada, engomada e guardada. Definitivamente, isso não quero.
Não quero a reforma da casa, o conforto.
Não quero os sapatos lustrados.
Não quero o lustre entre nós.
Não quero “nós”.
Esse cheiro de coisa guardada,
Essa coisa velada,
Esse silêncio,
Eu não quero.
Eu não quero a aprovação.
Eu não quero o sim.
Eu não quero o não.
Eu só quero ir.
sexta-feira, 12 de março de 2010
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Nossa, que saudade de seus poemas!
ResponderExcluirEscreva mais para aliviar a sua e nossa alma.
Não quero ficar sem ler o que escreve.
Bjão!
Não quero ser uma ausência.
ResponderExcluirNão quero ir, não quero ficar
Quero apenas vcs [meus amigos e amigas]
Roni,
como sempre e como todos os outros, esse tocou minha alma. Amigo, vc me entende!
Ler sua obra é conversar comigo e conflitar meus sentimentos.
SAUDADES
ROSE
Roni,
ResponderExcluirDe tanto procurar-te... encontrei
um lindo poema
um estranho amigo
fantástico adão
em tão graves palavras
forjadas pelos anos
nesses moinhos do tempo.
Abraços sempre com muitas saudades.
Luiz Antonio Cavalheiro