sexta-feira, 12 de março de 2010

NAO,./?

É sempre assim. fujo, tento me controlar, juro que vou ficar longe, porque é preciso, porque é uma questão de sanidade. Daí, cuido de me trair. Vou na prateleira ou vou na Vicente Miguel ou visito um chipanzé. E pronto. Aconteço aqui de novo. Pra morrer setenta vezes durante o resto da semana.
Segue o poema (qualquer dia invento um neologismo pra diminuir o peso da palavra).


NAO,./?

Não, eu não quero a paz.
Não quero o horário definido pro jantar. Não quero a janta pronta. Não quero jantar.
Não quero conhecer a rua. Nem as pessoas da rua.
Não quero dormir às 22 e acordar às 7.
Não quero água quente, elevador, prateleiras para os livros.
Roupa lavada, passada, engomada e guardada. Definitivamente, isso não quero.

Não quero a reforma da casa, o conforto.
Não quero os sapatos lustrados.
Não quero o lustre entre nós.
Não quero “nós”.


Esse cheiro de coisa guardada,
Essa coisa velada,
Esse silêncio,
Eu não quero.




Eu não quero a aprovação.
Eu não quero o sim.
Eu não quero o não.
Eu só quero ir.

3 comentários:

  1. Nossa, que saudade de seus poemas!
    Escreva mais para aliviar a sua e nossa alma.
    Não quero ficar sem ler o que escreve.

    Bjão!

    ResponderExcluir
  2. Não quero ser uma ausência.
    Não quero ir, não quero ficar
    Quero apenas vcs [meus amigos e amigas]

    Roni,
    como sempre e como todos os outros, esse tocou minha alma. Amigo, vc me entende!
    Ler sua obra é conversar comigo e conflitar meus sentimentos.

    SAUDADES

    ROSE

    ResponderExcluir
  3. Roni,

    De tanto procurar-te... encontrei
    um lindo poema
    um estranho amigo
    fantástico adão
    em tão graves palavras
    forjadas pelos anos
    nesses moinhos do tempo.

    Abraços sempre com muitas saudades.

    Luiz Antonio Cavalheiro

    ResponderExcluir