quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O "NÃO"

Esparso e espasmódico, volto combalido e pergunto a vocês:
O que traduz a vida? Um instante ou a soma deles?
Existe um sim incondicional?
E quem é responsável pelo sim? Sou eu?

Fiz 25 anos hoje. É um quarto de século. É o suficiente para muitas guerras e elas estão todas aqui, acumuladas. Por isso digo que estou combalido. Acreditem em mim.
... 25 anos. Parece muito. E seria.
Mas antes de mim, me antecedendo, o medo. E ele me cobra a fatura.
Por isso meu passo é meio passo. E minha vontade parece vontade nenhuma.
Mas é mentira, No final das contas, é só mentira. Não acreditem em mim, amigos!

Carrego o mundo e ele me pesa.
Às vezes mais, às vezes menos.
E eu, às vezes, Nunca.

Fiz o poema agora. É por isso que ele cheira a tristeza. Perdoem-me.



"O NÃO"

A pequena avidez
nos olhos,
calma.
Nasce nos dedos e,
vida curta, precoce,
morre nos olhos.

A pequena avidez,
de ser jovem
ao meio dia
no fim do mundo.
E sem nenhum lugar pra ir.

A pequena avidez,
de amanhã ser tarde,
de ser dezembro,
de ser promessa.

A pequena avidez
inteligente e sábia
e infantil.
Querendo saber
De onde virá
O NÃO.

Hoje acaba o mundo
E eu não tenho nada.
Nem filhos nem poesia
E nem um abraço na cama
(A cama é fria)
E nenhum barulho na sala
ou na cozinha.
Ou dentro de mim.

Dentro de mim, só a pequena avidez
E ela é muda.
É de mim que vem O "NÃO".

Um comentário:

  1. Olá Ronaldo,

    Só agora retribuo a sua visita. Gostei do que li. E fico sempre feliz ao ver novos escritores se lançando nesse abismo que é escrever. É preciso coragem. E você parece ter de sobra. Parabéns.

    Um abraço,

    Janaína Pietroluongo

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